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Oswaldo Montenegro

Ficha Técnica:
Arranjos, teclados, violões e coros: Oswaldo Montenegro
Flautas: Madalena Salles
Cello: Lui Coimbra
Bateria e Percussão: João Ayres
Produção Executiva: Paulo Carvalho
A Lista Trilha do Musical (1999)

A Lista (Oswaldo Montenegro)

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você
Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você
 

Velho Garotão (Ulysses Machado)

Gostava daquele jeito maneiro
De andar meio de lado, displicente, velho garotão
No ano de 1985 eu cheguei a usar bermuda e dizer muito palavrão
A marca do cigarro era o "mais barato possível"
A marca do cigarro era preciso
Ele era um tal de James Blue que andava muito louco
E vez em quando arrebentava de paixão
É claro que queria ser bem mais do que podia
Dançar um reggae underground ao som do balafon
Usar boné de yankee no cabelo noite e dia
E ouvir Gilberto Gil na velocidade do som
A marca do cigarro era o "mais barato possível"
A marca do cigarro era preciso
Ele era um tal de James Blue que andava muito louco
E vez em quando arrebentava de paixão
Gostava do tempo do não se faz mais namorada como antigamente
(Muito se fazia então)
Gostava do gosto que as coisas tinham, de andar meio de lado
Displicente velho garotão
 

No Final da Brincadeira (Roberto Menescal e Oswaldo Montenegro)

Deixa eu tentar
Mesmo que não seja o mesmo lugar
Mesmo que não seja a mesma canção
Deixa eu fingir que é possível tentar
Faz isso, não
Não me conta que o destino escapuliu
Que não há como ir buscar o que partiu
Deixa o tempo andar pra trás
Tenta deixar
Que não seja como sempre será
Tudo igual ali no mesmo lugar
Vento morno, ranço e desespero
Deixa estar
Não demora a gente volta a brincar
Como se o começo fosse voltar
No final da brincadeira
 

A Tua Festa (Ulysses Machado)

Quem dera estar na tua festa, mama!
Ouve essa música preta e me chama!
Bophuthatswana, sorriso de fada
Tua bunda tão musculosa, lábios de almofada
Gueto de Soweto, agora um caminho
Já foi tão cruel, sujo, mau, mais virou nosso ninho
Soninho, soninho!

Last night, me had a dream of you, me saw you in a run, bro.
Me saw that crowd of people preparing to get ya hung
Though you were me best friend, bro, me could not save your soul, bro,
Me called you 'moyher fucker!', while the crowd'd
began to stuck and fuck ya/
Your mama say Yeah, Your papa say no, lad!
When you'd plead for mercy, we denied attention to ya
Ya'd begges clemency but I had done punch upon ya
They'd squashed your balls an suck your blood before they play the tango!
 

Tudo Passa (Oswaldo Montenegro)

Quando teu sangue bebe heroína
O mundo inteiro quase te abraça
E afunda em morna piscina
E tudo passa, passa, passa...
Lógica desfaz a ponte à cálida impressão de devaneio
Pálida impressão de sonho já não dói mais nada
Já não importa, é tudo tão pequeno, já não importa

 

Chove, Não Molha (Oswaldo Montenegro)

Chove, não molha esse forró tá começando

Chove, não molha eu sei por onde começar

Chove, não molha esse forró tá precisando

Bater pé, bater zabumba, que é pro povo acompanhar


E se a vida fosse mole pobre já nascia morto

Rico já nascia bobo, moça já vinha mulher

Motorista tinha troco e pra quem achasse pouco

Carne já vinha sem osso embrulhada em papel


E se a vida fosse mole cada um entenderia

Que essa tal filosofia não é mérito nenhum

Amizade verdadeira não teria molecagem

E acabava esse negócio de um todos e um por um


Chove, não molha esse forró tá começando

Chove, não molha eu sei por onde começar

Chove, não molha esse forró tá precisando

Bater pé, bater zabumba, que é pro povo acompanhar


E se a vida fosse mole tartaruga andava a jato

'Inda teria muito mato em São Paulo, meu amor

O azul de Amaralina em tudo quanto era piscina

Mas o dono da piscina, isso eu mudava seu doutor


E se a vida fosse mole cada um entenderia

Que a verdade não foi feita pra se monopolizar

A sonata do Beethoven tava no Globo de Ouro

Disputando nas paradas da canção mais popular


Chove, não molha esse forró tá terminando

Chove, não molha eu sei por onde terminar

Chove, não molha esse forró tá precisando

Bater pé, bater zabumba, que é pro povo acompanhar


 

Na Hora Certa (Oswaldo Montenegro)

Tem sempre a hora em que você tropeça e agride
Tem sempre a hora do furo e "foi mal"
É pouco pra que te desculpem
E não tem mais como voltar o filme
E não tem como simular "foi sem querer"
Tem sempre a hora em que você só pede asilo
Quem te conhece não acha normal
E estranha assim que você mude
E a tua cara que mudou no espelho
Ainda é a mesma no olhar de quem te vê
Tem sempre a hora do encontro
Entre como eu te vejo e você
 

Rasura (Oswaldo Montenegro)

Me desculpe o mesmo gesto
Meu constante gesto insano
Que por mais que a mente negue
Teu coração ele marcou
Como a lógica dos fatos
Que eu traí a todo instante
Rasurando nosso branco
Com a mistura que eu sou
Me desculpe o gesto louco
A aspereza da loucura
'Inda queima no meu calmo
Doido e calmo coração
Mas por que, se a gente é tanto
Nosso amor sofreu rasura?
Nosso inconfundível gesto
eu desfiz na minha mão?
Me desculpe, ou melhor, não
Me abrace e comemore
Que a rasura que foi feita
Foi perfeita na sua hora
E mais que o mais perfeito
Rasurar valeu a pena
Como esteve rasurado
O primeiro original
Do mais lindo poema
 

A Primeira Noite (Oswaldo Montenegro)

A primeira noite de quem parte em busca do seu sonho
É a primeira sem tudo o que passou
A primeira noite na cidade distante do seu quarto
Gera insônias felizes e aflição
Não. Só. Por que não? Só, por que não?
A primeira noite de quem larga o conforto do previsto
É a primeira sem colo, pai e mãe
A primeira noite traz na mala o que te restou de antes
Traz aperto e euforia ao coração
Não. Só. Não. Por que não? Só, por que não?
 

Elas se Amavam (Oswaldo Montenegro)

Elas se amavam e achavam que o mal
Tava no fundo do rio
Não se tocavam e achavam normal
Deixar seus corpos com frio
Mas exalavam o cheiro fatal
De todo corpo vazio
E era um amor assim medieval
Claro, num porão sombrio
 

Gritem Casais (Roberto Menescal e Oswaldo Montenegro)

Gritem casais
Que os gemidos sejam loucos sinais
Pra que os barcos ancorados no cais
Possam retornar aos mares sem dor
Gritem mais
Gritem pra acordar a burguesia que jazz
E que a polícia prenda os outros casais
Que aderirem ao seu coro
Gritem casais
Pra assustar os tenebrosos normais
Que confundem o seu tédio com paz
Gritem pra evitar a guerra
Gritem mais
Pra soltar o grito dos animais
E esta ópera demente e voraz
Ainda vai salvar a Terra