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Oswaldo Montenegro

Ficha Técnica:
Direção Artística: Max Pierre
Arranjos: Oswaldo Montenegro
Foto: Dario Zalis
Capa: Marciso 'Pena' Carvalho e Nilton Rechtand
Gravação: Estúdios da Som Livre (RJ)
Oswaldo Montenegro (1990)

Coração de Todo Mundo (Oswaldo Montenegro e Raimundo Costa)

Batendo pernas
Correr mundo afora
Vitrine do mundo
Lugares à mão
Ir onde seus olhos forem
Seguindo as palavras secretas do seu coração
Descer os rios da vida
Pegar avenidas, escadas,
Ladeiras, metrôs
Conhecer tudo que é esquina
Nas águas das linhas estreitas de um ferry-boat
Coração de um mundo inteiro
Um abraço estrangeiro e tão familiar
Até se encontrar
Vestir estampas de Bali
As jóias da Itália
E o xale das moças de Avis
Sentir no ar o perfume barato
Dos becos escuros da velha Paris
Pegar um barco de junco
Um cesto de vime
Deixando pra sempre Xangai
Tomar os mares de Espanha
"No creio en las brujas
Pero que las Hay, las Hay"
Coração de um mundo inteiro
Um abraço estrangeiro e tão familiar
Até se encontrar
 

Travessuras (Oswaldo Montenegro)

Eu insisto em cantar
Diferente do que ouvi
Seja como for, recomeçar
Nada há, mas há de vir
Me disseram que sonhar
Era ingênuo
E daí?
Nossa geração não quer sonhar
Pois que sonhe a que há de vir
Eu preciso é te provar
Que ainda sou o mesmo menino
Que não dorme a planejar travessuras
E fez do som da tua risada um hino
 

Gueixa (Oswaldo Montenegro)

Ah! Eu queria ser gueixa, deixa
Redocicar minha mão
Tocar a tua madeixa
Deixa que eu recupere a paixão
A minha mão te procurar
Deixa que eu te responda “pois não”
E que eu te sirva sem queixa
Deixa que eu recupere a paixão
Pra que a insípida lógica
Ceda pra mágica o seu turbilhão
Pra que você reconheça
Embora não pareça, que é minha a questão
Ah! Eu queria ser gueixa, deixa
Te aliviar no verão
E quando o sol te torturar
Deixa que eu seja a lua então
A minha mão te procurar
Deixa que eu te responda “pois não”
E que eu te sirva sem queixa
Deixa que eu recupere a paixão
Pra que a insípida lógica
Ceda pra mágica o seu turbilhão
Pra que você reconheça
Embora não pareça, que é minha a questão
Ah! Eu queria ser gueixa, deixa...
 

Andando e Andando em Copacabana (Oswaldo Montenegro)

Eu tava andando em Copacabana
Assim com jeito de fim de semana
E vi alguém virando um brâmani oriental
Entrei num bar, pedi logo uma Brahma
Achei perfeita a confusão que emana dessa terra
E achei você meio sem sal
Não é que seja uma visão sacana
Mas você, menina, até hoje se ufana
De ter lido Goethe no original
Dispense a carta, mande um telegrama
Chame de orgasmo o que sentiu na cama
E vá rever Viena nesse carnaval
Eu acho leve o tal rock pesado
Acho que ser ou não se ser viado ta ultrapassado
E não me leve a mal
Eu continuo em Copacabana sem saudades suas
Acabou a grana e esse nosso amor que eu já achei bacana
Chega ao seu final
Mudei de tom pra ver se a coisa muda
Mas a melodia hoje não me ajuda
Ai meu Deus, valei!
Meu São Jobim me acuda, que esse tom ta mal
E ainda que pese na tua balança
Aquela velha frase que quem corre alcança
Hoje eu vou de táxi, porque correr cansa
E eu não tô legal
Eu não tô legal
Eu não tô legal
 

Drops de Hortelã (Oswaldo Montenegro)

Eu andava meio estranho
Sem saber o que fazia
Eu não sei
Andava assim
Eu não sei se era feliz
Eu achava que faria uma canção
E a melodia eu não sei
Andava assim
Eu não sei se era feliz
Eu achava que faria tudo que não sei
Que amaria
Eu não sei fazer desenhos com giz
Eu achava que faria uma canção nissei
Eu me sentia assim, eu não sei, um americano em Paris
Eu achava que tamanho
Tinha a ver com poesia
Eu não sei
Mas toda vida eu deixei
A vida entrar no nariz
Me mandei pra Curitiba
E como eu gosto dessa vida
Ah! Eu sei que a paixão que eu falei
Me lembra o anis
Fiz um drops de hortelã da bala que eu te dei
Para atirar no porém da frase que eu nunca fiz
 

Agonia (Mongol)

Se fosse resolver
Iria te dizer
Foi minha agonia
Se eu tentasse entender
Por mais que eu me esforçasse
Eu não conseguiria
E aqui no coração
Eu sei que vou morrer
Um pouco a cada dia
E sem que se perceba
A gente se encontra
Pra uma outra folia
Eu vou pensar que é festa
Vou dançar, cantar
É minha garantia
E vou contagiar diversos corações
Com minha euforia
E a amargura e o tempo
Vão deixar meu corpo
Minha alma vazia
E sem que se perceba
A gente se encontra
Pra uma outra folia
 

Taxímetro (Oswaldo Montenegro e Mongol)

Eu tava andando na rua, chovia e tava calor
Como um taxímetro o olhar registrava e me cobrava tudo o que já passou
E você me odeia e eu entendo
E Deus passou lotado por nós
Não, não esqueça que a cabeça abandonou minha voz
A gente andou pela Lua, mas nunca andou de metrô
Eu só estranhava quando te via nua e preferia de vestido bordô
E você me odeia e eu entendo
E Deus passou lotado por nós
Não, não esqueça que a cabeça abandonou minha voz
 

Simpatia de Giz (Oswaldo Montenegro)

Eu não aguento mais tua simpatia de giz
A tua cara de profeta lá da Praça Paris
O teu jeito de ser o que você queria ser, mas não é
Olha como ET e pensa como perdiz
É o teu jeito de bancar um cara rico e feliz, mas não é
Mete o pau na água e compra um chafariz
Acha que é um rei e ri dos meus bem-te-vis
Acha que é o dono dessa bola que eu não quis, mas não é
Eu já me enchi de tudo o que você diz
O teu jeito de saber do vento mais que o nariz
O teu jeito de ser o que você queria ser, mas não é
Olha como folha e pensa como raiz
É o teu jeito de bancar um cara rico e feliz, mas não é
Querendo me ensinar aquilo que eu sempre fiz
Usando o que é dos outros pra sonhar e não diz
Fundando a filial querendo ser a matriz, mas não é
 

Fruta Orvalhada (Oswaldo Montenegro)

Eh, morena, ta faltando essa areia molhada
E o cheiro de sal madrugando na boca da gente
E o sono na rede embalando teu corpo
E a roseira fazendo das suas
Nascendo uma rosa na lua e o luar no jardim
Abacaxi ta faltando e limão, tangerina
No gosto da boca e a rima fluindo da noite
E o cabelo cheirando a jasmim
De manhã manga rosa aparece molhada
Teu corpo é fruta orvalhada
Que a terra preparou pra mim
 

Estrelas (Oswaldo Montenegro)

Pela marca que nos deixa a ausência
De som que a emana das estrelas
Pela falta que nos faz
A nossa própria luz a nos orientar
Doido corpo que se move
É a solidão dos bares que a gente frequenta
Pela mágica do dia
Que independeria da gente pensar
Não me fale do teu medo
Ah, eu conheço inteira sua fantasia
E é como se fosse pouca
E a nossa alegria não fosse bastar
Quando eu não estiver por perto
Canta aquela música que a gente ria
É tudo o que eu cantaria
E quando eu for embora você cantará
 

Histérica (Oswaldo Montenegro)

Histérica, histérica
Talvez por devoção ou psicose ou piração
Histérica, histérica
Talvez por caos urbano, Frank Zappa, Caetano
Histérica, histérica, histérica
Acendo um cigarro pelo filtro e depois
Sorrio de nervoso procurando um algoz
E ando como quem tivesse um compromisso
Mas eu não tenho e vou correndo
E berro, e fumo, e grito e tal...
Histérica, histérica
Por sol, disritmia, por herança ou bruxaria
Histérica, histérica
Por droga, obsessão, por guaraná, religião
Histérica, histérica, histérica
E basta uma buzina pra eu perder o controle
Trincada, cocaína, como gaita de fole
E olho como procurando alguém que não conheço
E berro, e fumo, e nunca esqueço
E sempre lembro e lembro...
Histérica, histérica...
 

Bandolins (Oswaldo Montenegro)

Como fosse um par
Que nessa valsa triste se desenvolvesse ao som dos bandolins
E como não e por que não dizer
Que o mundo respirava mais se ela apertava assim seu colo
E como se não fosse um tempo em que já fosse impróprio se dançar assim
Ela teimou e enfrentou o mundo se rodopiando ao som dos bandolins
Como fosse um lar seu corpo a valsa triste iluminava
E a noite caminhava assim
E como um par o vento e a madrugada iluminavam a fada do meu botequim
Valsando como valsa uma criança que entra na roda
A noite ta no fim
E ela valsando só na madrugada
Se julgando amada ao som dos bandolins