Cada Irmão (Raças e Credos) Bob Marley (versão de José Alexandre)
Cada irmão, todo irmão
de cada credo e cor
despertai
Se cada irmão, se todo irmão
sem preconceito de credo e cor
despertar
Ganha clareza e força dos elementos
a força da chuva, do vento e do sol
diz o ditado: "pior cego é aquele
que não quer ver a um palmo esse farol"
Xango, Oxossi, Ogum, Santa Bárbara,
valei-me com a sua luz!
meu pai Oxalá, Jesus fora da cruz
o negro no branco do olho
a pérola guia
e o mundo sem fronteira
como Lennon nos dizia
Como é Grande o Meu Amor Por Você (Roberto Carlos)
Eu tenho tanto para lhe falar
Mas com palavras não sei dizer
Como é grande o meu amor
Por você
E não há nada pra comparar
Para poder lhe explicar
Como é grande o meu amor
Por você
Nem mesmo o céu
Nem as estrelas
Nem mesmo o mar
e o infinito
Não é maior que o meu amor
Nem mais bonito
Me desespero a procurar
Alguma forma de lhe falar
Como é grande o meu amor
Por você
Nunca se esqueça, nenhum segundo
que eu tenho o amor maior do mundo
Como é grande o meu amor
Por você
Como é grande o meu amor
Por você
Candeeiro (Bucket To The South) Gail Davis (versão de Mongol)
São como os lugares
São como as palavras
Velhos amigos
Ficaram (ão) também
São como as flores
E as ervas do campo
São como as pitangas
Que colhemos no quintal
Pássaro da noite
Da eternidade
Astro que me guia
nos lugares onde vou
Lua cheia e branca
Guarde a saudade
Guarde os amigos
E as canções que a gente fez
Ah! Candeeiro
Luminar Candeeeiro
Seja minha guia
Minha estrada, meu caminho
Ah! Candeeiro
Pássaro da noite que me guia
Branca brilha no céu
História Estranha (Oswaldo Montenegro)
Cada história era um sinal
que o menestrel inventa
e eu era assim, meio anormal
achava que ia ser herói
fumando Hollywood
vendendo saúde
navegando doido
doido, doido, doido
e sujo de sal
Cada filme era fatal
voava década de oitenta
rumo ao seu final
e achava que ia ser herói
fumando Hollywood
vendendo saúde
navegando doido
doido, doido, doido
e sujo de sal
Cada louco é se não fosse também aqui
chuva de colibri eu sou um louco santo, ah!
eu te amo e jazz
por trás, onde trás do sol
nosso sonho de voar
Era uma história estranha
que eu sempre quis decifrar
mas hoje conto sem pensar
que a explicação que eu sei que se não há
sobra luz nesse caos de paixões
Cigana (Oswaldo Montenegro)
Eu me vesti de cigana
Pra cantar o sol
Fiz comício e deu cana
Pra cantar o sol
Ah, que riso bacana
Pra cantar o sol
Virtuosa e profana
Pra cantar o sol
Dança, dança, dança pra cantar o sol
Todo o amor que emanar, pra cantar o sol
Fui quem se dava e se dana
Pra cantar o sol
Quem se empolga e cigana
Pra cantar o sol
Quem teu hálito abana
Pra cantar o sol
Quem não mente, te engana
Pra cantar o sol
Dança, dança, dança pra cantar o sol
Todo o amor que emanar, pra cantar o sol
Fiz do meu corpo cabana
Pra cantar o sol
Fiz de uma no semana
Pra cantar o sol
Fiz do amor porcelana
Pra cantar o sol
Fui cigarra e cigana
Pra cantar o sol
Dança, dança, dança pra cantar o sol
Todo o amor que emanar, pra cantar o sol
Fui tua mão que te esgana
Pra cantar o sol
O que o brilho não empana
Pra cantar o sol
Meu amor tinha gana
De cantar o sol
Virgem santa e sacana
Pra cantar o sol
Dança, dança, dança pra cantar o sol
Todo ao amor que emanar, pra cantar o sol
Olhar de Tela (José Alexandre/Mongol/Oswaldo Montenegro)
Teu olhar de tela
sempre perguntando o que eu pensava
e no filme eu também acreditava
em me salvar no final
A paz como vizinha
eu queria, mas me dava mal
a loucura sempre foi minha rainha
e eu não vi o teu final
Os Beatles na vitrola enchiam de paixão
as tardes de domingo e sal
a gente faz de conta e sempre diz que não
Mas só o amor é que é fatal
Desenha na aquarela
a face sincera do teu sonho
meus amigos separados me falaram
que o amor anda mal
Aí, seja sincera,
eu não tô propondo o baixo astral
mas já não acho a professora tão bonita
e o meu pai o maioral.
E você tem horror à minha vocação
de James Jean cafona e normal
Os Beatles na vitrola enchiam de paixão
E só o amor é que é fatal
Vida de Artista (Oswaldo Montenegro)
Lobisomen de cor, deusa da coragem
Iansã da loucura manda a tempestade pra beira do mar
Zé Limeira falou pra seguir viagem
Essa vida de artista, essa vida de artista, essa vida
Feiticeira do amor, preta da estalagem
Perguntava pra ver se o saci tem metade das pernas pro ar
Clementina falou que era sacanagem
Essa vida de artista, essa vida de artista, essa vida
Govinda, Govinda, Iansã
Govinda, Govinda, Iansã
Govinda, Govinda, Iansã
Govinda, Govinda, Iansã
Escondido no Tempo (Oswaldo Montenegro)
Como o legado do mayas, menina
Como o que vem da maré
Tá escondido no tempo, menina
Aquilo que a gente é
Como o segredo da cor turmalina
O fim da nação Aymoré
Tá escondido no tempo, menina
Aquilo que a gente é
O inventor da gandaia, é tudo o que eu quero ser
O rei do rabo de arraia, menina, é tudo o que quero ser
E gente da tua laia, é tudo o que eu quero ser
E esse tomara que caia, menina, é tudo o que eu quero ser
Como o segredo de um sol que ilumina
Londres e a Praça da Sé
Tá escondido no tempo, menina
Aquilo que a gente é
Como quem nasceu em Amaralina
Que traz o gingado no pé
Tá escondido no tempo, menina
Aquilo que a gente é
O defensor da mulata é tudo o que eu quero ser
O perdedor da regata, menina, é tudo o que eu quero ser
O Zumbi da tua mata é tudo o que eu quero ser
O percussionista de lata, menina, é tudo o que eu quero ser
Como o poema de Cora Coralina
É irmão de "E Agora José?"
Tá escondido no tempo, menina
Aquilo que a gente é
A solidão de Buckowsky e a sina
De quem não sabe o que quer
Tá escondido no tempo, menina
Aquilo que a gente é
O grão-vizir da Baixada é tudo o que eu quero ser
O demolidor da fachada, menina, é tudo o que eu quero ser
O doido da madrugada é tudo o que eu quero ser
Um ser estranho ou nada, menina, é tudo o que eu quero ser
Como o painel de Van Gogh e a retina
E o sangue azul da ralé
Tá escondido no tempo, menina
Aquilo que a gente é
Como quem diz que me odeia e me anima
Qual o segredo da fé?
Tá escondido no tempo, menina
Aquilo que a gente é
Cachoeira (Oswaldo Montenegro)
Água clara desce a cachoeira
Bate como bate o coração da mata
Anunciando o verão
Bate como bate o sino
E como bate louco o violão
E como bate o carro na cidade
E como bate a luz do sol na lua
A refletir meu coração
Bate como a água desce a cachoeira,
o curso em turbilhão,
Como não manda o figurino
Como manda esse menino doido
Que é meu coração
Rio Descoberto (Oswaldo Montenegro/Raimundo Costa)
Quanto o sol mais se esconde
Aonde eu te perdi
Tenho as asas de sonho
De indefeso passarinho
Joga a primeira pedra
Pousa os olhos em mim
Sou como um rio descoberto
Só de saudade de ti
Céu das cidades satélites
Luzes que enxergo daqui
Guia do instante em que estou eu só
E que me entrego pra ti
Diz onde é que eu te encontro
Que eu não tenho onde ir
Tô cansado de abandono
Quero um colo pra dormir
Tchucarramãe (Nação Primeira)(Ulysses Machado)
Beijo na na
Beijo na nação pri
Beijo na nação primeira tchucarramãe nossa!
Mãe nossa trouxe um índio novo
Numa estrela colorida
E brilhante que brilha
Mãe nossa fez de novo
I Juca Pirama gritar
Carne de branco é salgada
Mas a gente gosta
Bodoques, enxadas e flechas
Pilão de farinha
Beijo na nação primeira tchucarramãe nossa!
Mãe nossa deu apito
Agora a gente apita e grita
Cem quilômetros de terra
Crão, Xerente, Yanomami, Apinajé, Carajá
A gente coça a cabeleira
E grita e pula e canta
Mãe nossa faz da vida inteira
Um grita-e-pula-e-canta
Beijo na nação primeira tchucarramãe nossa!