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Oswaldo Montenegro

1970 · 1980 · 1990 · 2000 · 2010

1990
Em 90, é convidado para montar e dirigir uma oficina-montagem de musical com artistas paulistas. Leva seu irmão, Deto, para ser seu assistente e lá, através de testes, selecionam os artistas que participaram da oficina, que resultou em seu primeiro estouro teatral em SP, o espetáculo "Noturno". Foi nesse período que conheceu Tânia Maya, Marcelo Palma, Estela Cassilate, Itamar Lembo, artistas que viriam a acompanhá-lo em quase todas as montagens que fez naquela cidade. Do Rio, para esta oficina, ainda contou com a presença de Marcelo Várzea e outros artistas. O estouro de "Noturno" foi tamanho, que Oswaldo permaneceu por 3 anos em SP, onde montou vários espetáculos. O primeiro foi uma 2ª versão de "Mayã, Uma Idéia de Paz", desta vez tendo como protagonista a atriz Carolina Casting, ainda uma desconhecida bailarina, recém chegada de Florianópolis. A narração do espetáculo foi de Jofre Soares, que teve, então, uma de suas últimas atuações em teatro.

Seguiram-se outras montagens, como "Crônica de Paixões e Gargalhadas", a versão paulista de "A Dança dos Signos", entre muitas outras. Mesmo nessa fase de intenso trabalho com montagens, em SP, Oswaldo continua vindo ao Rio para gravar seus CDs de carreira. Ainda em 90, lança, pela Som Livre, o LP "Oswaldo Montenegro", cuja faixa "Travessuras", faz parte da trilha sonora da novela Gente Fina, da TV Globo.

Nesse mesmo ano ainda, lança, pela Globo Vídeo, o vídeo "Oswaldo Montenegro e banda", gravado na Sala Villa Lobos, do Teatro Nacional de Brasília.

"O Álbum Branco, que também leva só meu nome,é outro disco que eu gosto muito e que não vendeu nada. É o Asa de Luz da década de 90. Adoro, mas não rolou. Nesse disco, além de novas composições, aparecem regravações; inclusive Bandolins e Agonia. Pode parecer que foi imposição da gravadora, pois essas músicas não saíram no Ao Vivo, mas não foi. No período em que estive na Som Livre, eu tinha total liberdade, aí resolvi regravá-las. Bandolins porque eu queria uma versão com a gaita do Milton Guedes, e Agonia porque eu não gosto da primeira versão. A versão de 80 é extremamente performática dentro do contexto. Foi composta por Mongol para um festival, o que me fez pensar que deveria interpretá-la e gravá-la como se estivesse atuando em uma peça. Realmente achei que deveria transmitir toda aquela angústia da letra, que deveria caricaturar a agonia e exagerei. Então no Álbum Branco gravei de novo, do jeito que eu achei que deveria ser, uma canção lenta e suave."

Em 91, lança o disco "Vida de Artista", pela Som Livre.

Em 92, lança o disco "Mulungo", pela Som Livre, com a participação de amigos seus, como José Alexandre, Vanessa Barum, Tânia Maya, Eduardo Costa.

"Lancei em 1991, o Vida de Artista. Na época eu estava me mudando para São Paulo. Foi um ano muito louco, pois o disco teve boa receptividade e boa vendagem. Tivemos mais de 200 apresentações do show do disco, e eu estava montando o espetáculo musical Noturno."

"Em 1992, Mulungo. Foi o primeiro disco em que cantam pessoas de São Paulo, que eu conheci quando comecei a montar espetáculos nessa cidade. Mulungo significa companheiro, por isso tem tantos amigos. Nesse ano, estávamos montando Mayã e a Dança dos Signos e resolvi incluir canções das peças no disco. Têm também uma versão de Lady Jane."

Em 93, Oswaldo começou a sentir necessidade de aprimorar sua execução no violão.Convidou, então, seu amigo e companheiro de palco Sérgio Chiavazzoli, para passar uma temporada em sua casa, em SP, para lhe dar aulas e estudarem juntos. Sérgio aceita e, para tornarem mais interessantes as horas de estudo, resolvem se centrar nas músicas de Chico Buarque. Desse período de estudo, resultaram o show e o CD "Seu Francisco", com produção e direção de Hermínio Bello de Carvalho. Nesse mesmo ano, Oswaldo volta a fixar residência no Rio, embora continue sempre indo a SP, prestar apoio e orientação a seu irmão Deto, que assumiu integralmente a oficina de montagens. As tournées e os CDs continuam.

"Na época do Mulungo eu estava compondo muito para diversas peças por todo o país e ninguém ficava sabendo Para as pessoas, eu tinha "sumido”". Vivi uma crise. Cheguei a me questionar como compositor. Foi aí que resolvi parar tudo e fiquei 4 meses tocando violão com Sérgio Chiavazolli, durante 8 horas por dia, enfurnado na minha casa em SP. Nessa fase de estudo brincávamos de emendar temas instrumentais de Villa-Lobos, de Pixinguinha, à músicas de Chico Buarque. Foi assim que nasceu o show Seu Francisco, que depois resultou no disco ao vivo homônimo, produzido pelo diretor do show, Hermínio Belo de Carvalho, lançado em 93 pela Polygram. É um disco que eu gosto muito e que me trouxe uma idéia nova como intérprete: mais qualidade e menos explosão. Seu Francisco traz uma atitude de "vou aprender com os mestres, vou tocar isso direito". Tivemos uma ótima resposta do público com esse trabalho."

Em 94, Oswaldo lança seu primeiro livro - "O Vale Encantado" - um livro infantil, no mesmo ano indicado pelo MEC, através da Universidade de Brasília, para ser adotado nas escolas de 1º grau. Nesse mesmo ano, realizou sua 1ª excursão fora do país, fazendo shows em Boston, New Jersey, Monte Vernon, Conecticut e Miami.

Em 95, lança, pela Albatroz, o CD "Aos Filhos dos Hippies", que conta com a participação de Carlos Vereza e Geraldo Azevedo.

"Em 1995, gravei Aos Filhos dos Hippies, o disco menos hippie da minha vida. Foi lançado pelo selo Albatroz. Tenho muito amor a esse disco, que se tornou restrito àquele que a gente chama de público fiel. Um disco todo com composições inéditas, algumas parcerias. Conta, na faixa Cine Atlântida com a participação de Geraldo Azevedo."

Inovando sempre, no final de 96, realizou em Curitiba, BH, Juiz de Fora e Brasília um espetáculo diferente: convidou 1 coral de cada uma dessas cidades para participar de seu espetáculo.

Em 97, preso no Aeroporto Santos de Dumont, RJ, por falta de teto, Oswaldo reencontra Roberto Menescal. Durante a conversa de horas dos dois, surge o tema letras de músicas da MPB que são verdadeiros poemas. Daí vem à idéia do CD "Letras Brasileiras". Menescal produz o CD, que é lançado no mesmo ano, e participa da tournée do show. Ainda em 97 grava e lança o vídeo "O Vale Encantado", que conta no elenco com a participação de Zico, Roberto Menescal, Fafy Siqueira, Luísa Parente, Tânia Maya e Madalena Salles. É lançado, também, o CD do mesmo nome. Lança, também, nesse mesmo ano, o CD do espetáculo "Noturno", pela Tai Consultoria em Talentos Humanos e Qualidade.

"Ainda em 95 me dediquei para realizar 3 projetos que foram lançados em 97: Continuei o Vale Encantando, agora com CD e home-vídeo, este último co-produzido pela Universidade Gama Filho e a Soft Cine-Vídeo; Noturno, trilha do espetáculo, que veio junto com a remontagem do mesmo em outubro de 97; e Letras Brasileiras, CD e show com composições de alguns dos grandes compositores/poetas desse país, e dirigido por Roberto Menescal. O Letras Brasileiras surgiu de um papo meu com o Menescal no aeroporto. Ele é todo focado para a letra, um disco musicalmente simples, com voz, violão e um convidado por faixa. Para esse projeto, compus apenas a música que dá nome ao disco: Letras Brasileiras, em gratidão ao Menescal, onde falo da solidão dos poetas. O show é uma varanda, muito papo e muita naturalidade. É aquilo de se reunir informalmente com um amigo para tocar músicas de que se gosta. Pretendemos fazer o Letras 2, pois está sendo muito legal, esse primeiro."

"Pela primeira vez na minha vida, consegui lidar com as 3 áreas que eu gosto, ao mesmo tempo: cantar com alguém me dirigindo (Menescal), dirigir com pessoas cantando (O Vale Encantado) e fazer uma montagem de peça junto com o disco (Noturno), ou seja; cantar, compor e dirigir.

Em 1997 me senti parindo, pela primeira vez, as coisas do jeito que eu queria."

Em 98 Oswaldo recebe o título de cidadão honorário de Brasília, concedido pela Câmara Legislativa do DF. Nesse mesmo ano, Oswaldo volta às montagens teatrais. Monta, então, com o elenco que até hoje considera o mais fácil, divertido e agradável de se trabalhar, "Léo e Bia", numa versão mais madura e coerente com a postura que ele tem, atualmente, daquela história. Grava o CD homônimo, também com Menescal. Monta, ainda, com elenco de Brasília, a 2ª versão de "A Aldeia dos Ventos".

"Em 1998, estreamos em SP a peça O Vale Encantado e uma 2ª versão da peça até então encenada apenas no Rio em 84, Léo e Bia, que levamos para várias cidades do Brasil . Na verdade, escrevi Léo e Bia de novo e com um grupo de jovens atores, além de Madalena, me "internei" em Petrópolis durante o verão para os ensaios. Nesse período senti que estava voltando definitivamente para os musicais, já que fiquei em São Paulo durante alguns anos, apenas montando e dirigindo os espetáculos, sem atuar, cantar ou narrar. Ainda em 98, fiz algumas mudanças no roteiro de Aldeia dos Ventos e parti para Brasília, a convite do Teatro Cenário, com Madalena e com os atores para ensaiarmos e encenarmos essa nova montagem de Aldeia, só na capital federal. Foi muito gratificante esse período, já que fiquei um bom tempo em Brasília, cidade que gosto muito, e pela leveza que envolve esse musical. Aldeia é um musical que passeia por todas as emoções, conforme a princesa vai passando pelos países (dos Apressados, dos Tristes, dos Bufões, dos Vaidosos, etc.). Vem carregado de muita suavidade, não agredindo nem quem assiste, nem quem atua. Nesse sentido é minha peça mais bonita."

Em 99, apresenta 3 espetáculos, no Teatro de Arena, no Rio de Janeiro: "Léo e Bia", "A Dança dos Signos" e o inédito "A Lista", lançando, nessa temporada, os CDs dos 2 últimos.

"No começo de 1999, fomos convidados pelo Café Teatro Arena, no Rio de Janeiro, para encenarmos um musical diferente por mês, até agosto. Um grande desafio, já que não montávamos nada no Rio a muito tempo e não sabíamos qual seria a reação do público depois de tantos anos. Escolhemos Léo e Bia, A Dança dos Signos e o novo musical A Lista. Escrevi A Lista, seguindo a mesma estrutura narrativa de sempre, ou seja, a narração constante através da idéia do menestrel, do trovador, que fica do lado da encenação cantando e comentando a história, porém no palco, mudei um pouco a linguagem habitual, usando cortes de cena muito rápidos, chegando a imitar o cinema. É a história de 3 modelos que vão para o Rio, uma vinda de Paris, outra de Londres e outra de Campinas, tentar a carreira. Acabam se envolvendo basicamente com os outros 3 personagens, sendo um traficante, sem que elas saibam."

"De todas as minhas peças, é a que mais tem aventura e até um certo clima policial, sem ir muito fundo nisso. A essência do musical é "que não existe volta", ou seja, você escolhe um caminho e depois que entra nele, não tem mais volta."

"O que me motivou a permanecer no Rio por esse tempo foram basicamente duas coisas: ficar mais perto do meu filho e estar na cidade onde Madalena reside, e a alegria de poder montar vários musicais quase que simultaneamente, podendo transformá-los em outros produtos (CDs, vídeos, livros, etc.). A trilha do musical A Lista, quase toda inédita, foi lançada em CD e pretendo escrever a adaptação do roteiro para o cinema."
 
 
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